sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Fragmentos de um discurso amoroso

As relações amorosas têm muitas versões, bem sabemos.
Amor, paixão e atração sexual são algumas delas, que movem nossa escolha por compartilhar a vida de alguma forma com alguém.
Ainda que se relacionem, tudo indica que esses são três sentimentos diferentes: por estranho que possa parecer, há amor sem paixão, paixão sem amor, paixão sem desejo, amor sem desejo, desejo sem amor...
A cultura predominante insiste em fazê-los coincidir e isso só tem nos confundido, acho.
Vejamos.
Atração sexual é o quê? Aquele intenso desejo pelo outro? Ora... podemos desejar as pessoas e não necessariamente amá-las.
E paixão? Aquele estado inaugural de alguns relacionamentos que – defendem os estudiosos e revidam os apaixonados – não passa nunca de um ou dois anos? Aquele estado maravilhoso provocado por um misto de encantamento, visão distorcida e projeção de nós mesmos no outro? Dizem, não é de hoje, que isso não é amor – embora possa vir a ser.
E o amor? O que é, afinal? Esse parece ser o difícil... Porque – perdoem os mais românticos – não se trata de um estado que simplesmente nos atravessa de repente, é uma construção afetiva que demanda investimento, muito. Diz a sabedoria que amar implica fazer o outro feliz. Que o amor se revela em atos de desprendimento, de agrado, de cuidado com o outro – sem que isso signifique submissão e negação de si mesmo. Seria isso?
Se for, de fato, desejo, paixão e amor são afetos diferentes...
Quando me apaixono, estar com o outro me interessa porque me completa, me satisfaz... porque ‘eu preciso’. Também é assim quando desejo – o que em geral coincide.
Mas quando amo, me interessa estar com o outro se isso lhe faz bem. E talvez tenhamos de admitir que o amor é essencialmente piegas. E raro. E valioso. E esteticamente melhor.
Conclusão?
Nenhuma, por ora.
Apenas essas idéias. E a certeza de que a melhor versão é amor-e-desejo-igualmente-correspondidos. Afinal, tal como o disse Anaïs Nin, ‘somente o pulsar unido do sexo e do coração pode criar o êxtase’.
Está aberta a palavra para compor estes fragmentos.

http://fragmentosdeumdiscursoamoroso.zip.net/

1 Comentários:

Blogger Camila, Camila disse...

‘somente o pulsar unido do sexo e do coração pode criar o êxtase’
ui! 8)
mas entao, o que quero pra nos e isso tudo e mais um pouco...
amor, paixao e desejo forever!
mas saiba q me apaixonei por ti, ti desejei e amei... acho q e bom sinal ;)

23 de novembro de 2008 às 10:01  

Postar um comentário

Assinar Postar comentários [Atom]

<< Página inicial